A Confissão de Fé Batista de 1689, também conhecida como a Segunda Confissão de Fé de Londres, é um documento importante que delineia as crenças fundamentais da tradição batista reformada. Esta confissão reflete os princípios teológicos e éticos que os batistas consideram como centrais para sua fé e prática. Entre as muitas questões abordadas por esta confissão, encontra-se o tema dos jogos de azar, um tópico que continua a ser relevante para os crentes até os dias de hoje.
Ao examinar a posição da Confissão de Fé Batista de 1689 sobre jogos de azar, é importante considerar o contexto histórico em que foi escrita. O século XVII foi um período de grande agitação política, social e religiosa na Inglaterra, com a Guerra Civil Inglesa e as tensões entre os diferentes grupos religiosos. Os batistas enfrentaram perseguição e discriminação por causa de suas convicções religiosas, e a Confissão de Fé de Londres foi escrita em parte como uma resposta a esses desafios, estabelecendo claramente as crenças dos batistas e defendendo sua liberdade religiosa.
Quando se trata de jogos de azar, a Confissão de Fé de Londres expressa uma posição firme contra essa prática. No Capítulo 22, Seção 7, que trata do pecado em geral, afirma-se que “o pecado é qualquer falta ou transgressão da lei de Deus” e inclui “participar em qualquer jogo de azar” como uma forma de pecado. Essa posição reflete a visão predominante dentro do movimento batista na época, que via os jogos de azar como uma atividade moralmente questionável, associada à ganância, desperdício e falta de responsabilidade.
Essa posição ética é fundamentada em princípios bíblicos que enfatizam a responsabilidade pessoal, a boa administração dos recursos e o cuidado com o bem-estar dos outros. Os batistas historicamente têm se baseado na Bíblia como sua autoridade final em questões de fé e prática, e muitos textos bíblicos são frequentemente citados para apoiar a posição contrária aos jogos de azar. Passagens que condenam a ganância (como em 1 Timóteo 6:10), exortam à moderação e ao autocontrole (como em Filipenses 4:5) e destacam a importância de cuidar dos necessitados (como em Tiago 1:27) são frequentemente invocadas para argumentar contra a prática do jogo.
No entanto, embora a Confissão de Fé Batista de 1689 e os princípios éticos que ela expressa forneçam uma base sólida para a rejeição dos jogos de azar, a questão não é tão simples quanto parece à primeira vista. Em um mundo onde os jogos de azar são legalizados e amplamente aceitos em muitas sociedades, os crentes são confrontados com o desafio de como viver de forma fiel aos seus princípios éticos enquanto navegam nas realidades complexas da vida cotidiana. Isso levanta questões sobre como os crentes devem se envolver com a cultura ao seu redor, como discernir entre o que é moralmente aceitável e o que não é, e como mostrar graça e compaixão para com aqueles que podem estar lutando com vícios relacionados ao jogo.
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