Jogos de Azar_ O Fascinante Mundo do Jogo do Bicho no Brasil

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História e Funcionamento do Jogo do Bicho

O jogo do bicho é uma das formas mais antigas e populares de jogo de azar no Brasil. Surgiu no início do século XX e desde então tem sido parte integrante da cultura brasileira, apesar de sua ilegalidade. Nesta parte do artigo, exploraremos a fascinante história por trás desse jogo, seu funcionamento intricado e sua popularidade persistente.

Origens e História

O jogo do bicho teve origem no Brasil no final do século XIX, precisamente em 1892, no Rio de Janeiro. Seu criador foi o barão João Batista Viana Drummond, um empresário que buscava uma forma de atrair mais clientes para o Jardim Zoológico que ele administrava. A ideia de associar números aos animais do zoológico tornou-se extremamente popular entre os frequentadores, que começaram a fazer apostas informais entre si.

Com o tempo, o jogo evoluiu para uma loteria informal, onde apostadores escolhiam um animal e colocavam dinheiro em um número específico associado a ele. A popularidade do jogo do bicho cresceu rapidamente no Rio de Janeiro e se espalhou por outras partes do Brasil, mesmo após a morte do barão Drummond em 1897.

Funcionamento do Jogo

O jogo do bicho é conhecido por sua estrutura simples e ao mesmo tempo intrigante. Cada animal do zoológico corresponde a um conjunto específico de quatro números. Por exemplo, o avestruz pode ser representado pelos números 01, 02, 03 e 04. Já o burro pode ser representado pelos números 21, 22, 23 e 24, e assim por diante.

Os sorteios acontecem diariamente, geralmente em duas rodadas, uma no início e outra no final do dia. O sorteio é feito através da extração de um número de uma urna contendo 100 bolas numeradas de 00 a 99. O número sorteado determina qual animal ganhou naquele dia. Por exemplo, se o número sorteado for 55, o animal correspondente seria o peru.

Popularidade e Aceitação Cultural

Apesar de ser ilegal no Brasil, o jogo do bicho goza de uma aceitação cultural significativa. É amplamente difundido entre diversas camadas sociais e faixas etárias, tornando-se parte do folclore nacional. Muitas pessoas veem o jogo como uma forma inofensiva de entretenimento e, em algumas comunidades, como uma fonte de renda adicional.

A popularidade do jogo do bicho é evidente na quantidade de bancas de apostas espalhadas por cidades brasileiras, especialmente no Rio de Janeiro, onde a tradição é mais forte. As bancas são conhecidas por seus nomes criativos e cores vibrantes, atraindo tanto apostadores regulares quanto curiosos.

Controvérsias e Legalidade

Apesar de sua popularidade, o jogo do bicho é ilegal no Brasil desde 1946, quando o então presidente Eurico Gaspar Dutra proibiu todas as práticas relacionadas a esse tipo de loteria clandestina. A contravenção penaliza quem pratica, explora ou participa desse jogo, mas na prática, a legislação é muitas vezes ignorada ou contornada.

A ilegalidade do jogo do bicho gera uma série de controvérsias. Por um lado, há argumentos de que a legalização poderia gerar receitas fiscais significativas e regularizar uma prática já enraizada na cultura brasileira. Por outro lado, críticos apontam para os riscos associados ao jogo, como o vício em apostas e a ligação com atividades criminosas, como lavagem de dinheiro e corrupção.

Entretanto, mesmo com a proibição, o jogo do bicho continua a prosperar, sustentado pela demanda popular e pela relativa tolerância de autoridades locais em certas regiões. A história do jogo do bicho no Brasil é um reflexo da complexa interação entre lei, cultura e economia informal.

Na próxima parte deste artigo, exploraremos mais a fundo os aspectos culturais, sociais e econômicos do jogo do bicho, bem como seus impactos na sociedade brasileira contemporânea.

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